quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Saúde: Brasil realiza vacinação em massa contra HPV. Você conhece esse vírus?

Quando se fala de política de saúde pública, a vacina ocupa um lugar de destaque por ser, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um dos principais meios de prevenção de doenças e de redução do impacto das epidemias.
No Brasil, as campanhas de vacinação contra a varíola (erradicada no mundo em 1980, e que no país, em 1904, motivou a Revolta da Vacina) e contra a poliomielite, hoje adotada em vários países, são alguns exemplos de bons resultados dos programas de imunização com vacina.  Aqui, desde 1973, a política de vacinação foi consolidada com a criação do PNI (Programa Nacional de Imunização), que instituiu um calendário nacional de vacinação. 
Este ano, a vacina contra o vírus do HPV entrou para esta lista. O Brasil começou em março a sua primeira campanha nacional de imunização em massa contra o vírus, que apresenta mais de 100 tipos. A vacina aumenta a proteção contra quatro deles. O foco desta campanha são adolescentes do sexo feminino na faixa de 11 a 13 anos, pois para ter melhores resultados, a vacina deve ser aplicada antes do início da vida sexual e nessa faixa etária.
A iniciativa causou polêmica. A aplicação da vacina como forma de prevenção aocâncer de colo de útero divide médicos que consideram o exame papanicolau o modo mais eficaz da prevenção, além de questionarem os efeitos colaterais da vacina. Somado a isso, muitos pais se posicionaram contrários à vacinação de adolescentes contra DST (doenças sexualmente transmissíveis) com receio de que isto pudesse induzir à prática sexual precoce.
As objeções ganharam força depois que três adolescentes que tomaram a vacina perderem temporariamente o movimento das pernas. Assim como toda vacina, a contra o HPV também possui efeitos colaterais leves como dor no local de aplicação, febre, dores musculares e mal-estar geral.
Os casos aconteceram em Bertioga, litoral de São Paulo. A investigação descartou a possibilidade de ocorrência de problema com o lote do medicamento usado e que, provavelmente, a paralisia temporária foi uma reação psicológica de ansiedade em relação à imunização. Ainda assim, qualquer efeito colateral deve ser relatado ao médico.
Nos EUA, alguns casos também questionaram a segurança da vacina, mas nenhuma relação foi comprovada. Em 2009, os CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA afirmaram que algumas pacientes tinham constatado um aumento no número de coágulos de sangue depois de receberem a vacina tetravalente (que protege contra três tipos de câncer). Um estudo realizado por cientistas dinamarqueses e publicado este ano no “JAMA(Journal of the American Medical Association)” indica que a vacina em mulheres não aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos.

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