Séries Gambiarras de Cao Guimarães.
Cao Guimarães diz:
O meu conceito de gambiarra é algo em constante ampliação e
mutação. Ele deixa de ser apenas um objeto ou engenhoca perceptível na
realidade e se amplia em outras formas e manifestações como gestos, ações,
costumes, pensamentos, culminando na própria idéia de existência. A
existência enquanto uma grande gambiarra, onde não cabe a bula, o manual
de instrução, o mapa ou o guia. A gambiarra enquanto ‘phania’ ou expressão,
uma manifestação do estar no mundo. A gambiarra é quase sempre um
‘original’ e não uma cópia, uma reprodução. E por isso é uma entidade viva,
em constante mutação. Registrá-la é torná-la reproduzível, multiplicá-la
modificando sua função fundamental. A gambiarra é justamente a falta de bula e de manuais de instrução, de
mapas e de guias. A gambiarra é o não oficioso, o que não foi carimbado pela
história e pelo selo de qualidade registrada.
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