quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O terror das selfies

Eleri _UEmbora possa parecer novidade para alguns, no meio digital esse termo já é comum. De um modo geral não é novo. Segundo consta, o termo foi cunhado e apareceu pela primeira vez em 2002 num congresso na Austrália. Mas se tornou popular recentemente quando virou febre com a também popularização das câmeras e celulares digitais, principalmente nas mídias sociais.
Para esclarecer, é uma espécie de autorretrato fotográfico tirada com uma câmera segura ao comprimento do braço e normalmente incluem apenas o fotógrafo ou o número de pessoas que pode estar em segundo plano (selfie de grupo). Tem também as de espelho, normalmente fazendo pose e beiço.
Embora a maioria faça uma selfie ‘apenas para aparecer’, como dizia meu pai, atualmente, “aparição” quase sempre vem associada à avaliação financeira e quase tudo na atualidade pode ser transformado em moeda, sendo valorada.
Vejamos a selfie mais famosa e valiosa até o momento, protagonizada na 86ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, mais conhecido como Oscar 2014, ocorrido em março deste ano. Na ocasião, a apresentadora principal, Ellen DeGeneres, fez uma selfie com um grupo de vencedores do certame, tendo mais de 2,7 milhões de compartilhamentos.
Tirada por um celular da Samsung, chegou a congestionar o Twitter o que fez com que a ação publicitária fosse avaliada a algo entre 800 milhões a 1 bilhão de dólares.
Desde então virou uma febre sem precedentes na história recente da humanidade. Em qualquer lugar público que se vá, há pessoas fazendo caras e bocas, sozinhos ou acompanhados, e postando na net.
Ocorre que os limites da boa conduta também se quebraram nesse ambiente. Nacionalmente temos pelo menos dois episódios esdrúxulos.
O primeiro é o da morte do então candidato à presidência da república Eduardo Campos. Quando no seu velório foram feitas inúmeras selfies, inclusive e principalmente de pessoas famosas e muitas autoridades, que sem medo do ridículo faziam, ora cara de choro, ora de felicidade. Os motivos de um e de outro é que não se ficou sabendo ao certo.
As mais recentes, deste final de semana, foram as selfies das pessoas votando. Obviamente que está embutido nesse ato o orgulho de votar e devemos mesmo tê-lo, como país democrático que somos. Mas a questão deveria se encerrar aí.
É tão séria esta questão que a Polícia Federal (PF) criou inclusive uma ação específica para conter o crime. É a Operação Selfie na Urna que foi postada no perfil da PF no Instagram, tendo um aviso que selfie em votação é crime e pode render ao incauto pena de dois anos e multa, conforme a Lei 9.054.
Há outro alerta importante a ser considerado. Se nem mesmo os adultos tem noção do nível de exposição que fazem nas selfies e dos perigos que representam esses arroubos fotográficos, o que esperar das crianças e adolescentes, cada vez mais expostos ao ambiente virtual, mas que tem tudo de real.
Já existem até algumas variantes (ou subgêneros, como gostam de falar o pessoal ligado), como “belfie” (selfie do bumbum) e o “helfie”, que é para mostrar um novo corte de cabelo. Cada uma!!!!
As empresas, não diferente do que ocorre no ambiente pessoal também podem ser vítimas de ações incautas de colaboradores se expondo em atitudes inadequadas no ambiente de trabalho ou mesmo expondo processos para concorrentes.
Ou de outro, se bem coordenadas, podem ter grande utilidade como elemento estratégico para melhorar o nível de exposição e visualização das atividades das empresas, bem como de seus clientes, colaboradores e demais stakeholders.
Como elemento de marketing permite a aproximação com o público alvo, faz com os clientes percebam os bastidores da empresa tornando mais humana a percepção ou mesmo clientes fazendo uso dos produtos, materializando a identidade organizacional.
O que não vale em nenhum dos casos, são os exageros, sejam eles nos ambientes pessoais ou profissionais. No ambiente cotidiano ou no espaço reservado, use com parcimônia, como recomenda um comercial de bebidas.

http://www.atribunamt.com.br/2014/10/o-terror-das-selfies/

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