quinta-feira, 29 de maio de 2014


A artista plástica bauruense Mariana Alencar se prepara para expor seus trabalhos pela primeira vez fora do Brasil. Quatro telas da artista foram selecionadas pela curadoria da Internacional Association of Plastic Artists in Japan para serem expostos em eventos em Portugal e Japão.
Primeiramente, Alencar expõe suas telas no terminal de cruzeiros em Funchal, Ilha da Madeira, de 5 a 25 de junho. Depois, suas obras seguem para o Japão para outras duas exposições. Entre 27 e 29 de junho, seu trabalho será mostrado na Galeria Bunkamura, em Oizumi. De 5 a 13 de julho, as pinturas ficarão expostas na Eki Naka Galeria, na cidade de Ota.
As exposições contam com 92 artistas de 20 países: Japão, Brasil, Portugal, Malta, França, Estados Unidos, Espanha, Canadá, México, Chile, China, Austrália, Itália, Finlândia, Suécia, República Tcheca, Islândia, Inglaterra, África do Sul e Argentina. Alencar é a única artista plástica brasileira que terá obras expostas com os quadros Vejo Flores em Tudo o que eu Vejo, Do Ventre o Amor, O Vendedor de Cata-ventos e Aonde Nasce e Mora Todo o Amor. “Um outro brasileiro vai expor, mas são fotografias”, explica a bauruense.
Alencar revela que até o final do ano passado não havia planos imediatos de transpor as fronteiras nacionais com seu trabalho. “Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Entrei em um grupo de artes do Facebook de São Paulo e postei  foto de uma arte que tinha feito. Uma moça curtiu, começamos a conversar e ela era curadora e morava no Japão. Isso foi no final do ano passado. Ela se interessou pelos meus quadros. Em fevereiro, ela me mandou o convite para estas exposições”, relata a artista, que voltará a um país onde morou de 2003 a 2008. “Morei no Japão cinco anos, mas ainda não pintava. Voltar para lá com outro objetivo vai proporcionar outra visão daquele país”, projeta.
A exposição “repentina” não chega a ser exceção na vida da artista. Empresária, a bauruense é autodidata e começou a pintar exatamente há um ano. Rapidamente, o que era, a princípio, um hobby ganhou proporções inesperadas. Uma surpresa positiva. “Comecei a pintar e depois de quatro meses já comecei a fazer exposições em Bauru e em Jaú. As coisas começaram a surgir muito rápido. Hoje, depois de um ano, estou indo para fora”, celebra.
Inspiração noturna
A rotina de produção artística de Alencar é noturna. A artista divide seu tempo entre o trabalho como empresária e os cuidados com a filha. “Eu pinto só de madrugada. Trabalho todos os dias até dez e meia da noite e tenho uma filha pequena. Chego em casa depois do trabalho e, quando minha filha vai dormir, é um horário em que não tenho mais preocupação com nada. Aí eu pinto até três, quatro horas da manhã quase todos os dias”, relata.
Em um ano de pintura, Alencar já produziu 14 telas, todas em tinta acrílica em cores alegres e vibrantes, e que começam com um esboço em carvão, detalha a artista. “Minha pintura é muito primitivista, não tem sombreado. Nunca a tela termina do jeito que comecei. Sempre tem uma coisa que a gente muda. É do momento. Mas tem sempre um esboço, uma ideia”, explica. A inspiração vem do dia a dia, observações captadas em meio à rotina. “São momentos que vivi. Eu tenho um quadro de cata-vento que é de Bauru, um senhor que vende cata-vento e eu conheço. Também me inspiro na natureza, música”, cita.

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