segunda-feira, 11 de agosto de 2014

‘Brasil é a potência que modela a globalização’

Embaixador da Alemanha, Wilfried Grolig, considera comércio entre países muito bem-sucedido, com volume significativo de negócios
Adriana Lampert
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Brasil é o principal parceiro na América do Sul, destacou o diplomata
Brasil é o principal parceiro na América do Sul, destacou o diplomata
O Brasil deve participar de forma mais ativa na busca de soluções para desafios mundiais envolvendo desde questões climáticas até a balança comercial e o crescimento da economia global, sugeriu o embaixador da Alemanha no País, Wilfried Grolig, durante palestra realizada na quinta-feira, em Porto Alegre. “O Brasil é um parceiro importante para moldar as estruturas internacionais do futuro, modernizadas no contexto das Nações Unidas”, reforçou o diplomata, que falou a uma plateia formada por autoridades, empresários e representantes de entidades ligadas à cultura germânica, a convite da Câmara Brasil-Alemanha, dentro da programação de comemorações dos 190 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul.

Avaliando as relações bilaterais entre Brasil e Alemanha, Grolig destacou que os dois países mantêm negociações muito bem-sucedidas, e com volume significativo. “Atualmente, contamos com a presença de 50 empresas brasileiras na Alemanha, sendo que o investimento mais significativo fica por conta da Braskem”, lembrou Grolig. Ao apontar que uma “parceria econômica de sucesso deve sempre trilhar um caminho de mão dupla”, o diplomata destacou que não é possível considerar resultados definitivos das relações entre os dois países, mas lembrar que neste sentido o processo é sempre contínuo. “Em termos de finanças de intercâmbio comercial, ocorrem algumas mudanças na balança, dependendo do período”, exemplificou.

Grolig defendeu a flexibilidade e a liberdade do comercio bilateral para impulsionar o crescimento e salientou que o Brasil é o parceiro mais importante da Alemanha na América do Sul.  “Para a Alemanha, é importante fechar acordo entre União Europeia e o Mercosul. Devemos fazer tudo o que for possível para que este pacto ocorra, caso contrário, haverá risco de não exportarmos completamente o potencial que vemos no Brasil”, admitiu o diplomata, ao observar que negociações bilaterais do gênero são “complicadas”, porque envolvem interesses diversos. “Difícil encontrar posições comuns entre 28 membros. Mas a União Europeia está pronta para este trabalho”, opinou.

Para o alemão, as novas potências modeladoras da globalização, como o Brasil, devem fazer uso deste papel e assumirem responsabilidades internacionalmente. “Em tempos de crescente interdependência mundial, marcada pela globalização progressiva e pelos desafios deste modelo, nosso objetivo é desenvolver uma parceria estratégica com o Brasil”, reforçou Grolig. O diplomata sublinhou que os 25 anos de globalização foram “positivos, apesar de envolverem sempre uma competição difícil entre os países.” “A globalização ofereceu muitas novas oportunidades ao mundo, mas é preciso seguir sempre buscando formas de melhorar na inovação, na infraestrutura e na boa organização da economia.”

Sobre a percepção que o Brasil deve ter de si mesmo após a realização da Copa 2014, Grolig lembrou que, apesar do ceticismo anterior ao Mundial, no que se referia a problemas com estádios, aeroportos, mobilidade e segurança pública, o mundo constatou que o evento foi um sucesso e que o País e o povo brasileiro foram capazes de recepcionar bem os seus
visitantes.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=167426

Um comentário:

  1. Achei a sua postagem e o seu tema muito interessantes...
    O seu tema especialmente me chamou muita atenção porque mostra o quanto o Brasil está "de fora " das principais discussões mundiais em relação aos outros países! Eu concordo plenamente com a sua reportagem pois também acho que o Brasil por ser um país com muito potencial, deveria participar de forma mais ativa na busca de soluções para os principais problemas mundiais.

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